É difícil, por vezes, organizar o ensino musical de iniciantes de forma a abranger todos os aspectos desejáveis, sejam eles: atividades rítmico-motoras, percepção auditiva, noções teóricas, prática da performance, exercícios de improvisação e de criatividade musical. Eu ainda acrescentaria a esta lista noções de História da Música (clássica e popular). O interesse das crianças por conteúdos históricos é grande. É possível introduzir exemplos de instrumentos antigos, exemplos de performances, e gradativamente ir construindo uma familiarização com o desenvolvimento sonoro.
Um excelente livro de apoio para esta área é o livro "História da Música para Crianças", de Monika e Hans-Günter Heumann, da Editora Martins Fontes, 2011.
Os autores apresentam o desenrolar da História da Música de forma bastante agradável para a criança, através de uma história de aventura numa máquina do tempo. No decorrer dos capítulos, são apresentados alguns testes de compreensão dos assuntos apresentados. O livro não é acompanhado de exemplos de áudio, entretanto não há nada que uma busca rápida no You Tube não resolva. À medida em que a familiarização com o desenvolvimento da criação musical se torna mais compreensível, podemos chegar, com um preparo mais sólido, à apresentação das "grandes obras primas", conforme o alvo de Snyders. A preparação dos ouvidos, do espírito e da imaginação para ouvir e sentir a linguagem musical das grandes obras musicais é algo que merece ser um alvo a ser atingido, como algo que certamente irá influenciar o ser humano. A partir daí o tocar, cantar, reger, irá fazer todo o sentido.
Durante este ano que passou pudemos perceber vários exemplos destes estímulos causados por um contato com uma determinada música, seja ela a "Ode à Alegria", da 9ª Sinfonia de Beethoven, num arranjo simplificado, ou o tema de "Star Wars", de John Williams. Quão gratificante é ver uma criança empolgar-se com determinada música, identificar-se com ela... O mundo das músicas especiais podem ajudar a criar um elemento poderoso de beleza nas mentes infantis, na construção de padrões estéticos, desta forma auxiliando-as em seus potenciais criativos. Segundo Snyders: " É por isso que o amor à arte e o amor à difusão da arte constituem atividades de uma vida, atividades às quais consagrar a vida. ... e que se preocupe em propor experiências de beleza."